sexta-feira, 20 de abril de 2012

Psicologia do eleitor.


          Em uma de minhas aulas de filosofia, falava sobre o papel do cidadão em uma sociedade democrática. Eu e meus alunos estávamos debatendo a importância do voto, o engraçado, sempre que falo sobre assuntos relacionados com política muitos torcem o nariz, outros afirmam que político é tudo ladrão e muitos preconceitos sobre o assunto são apontados.

Num dado momento da reflexão perguntei a eles: Os políticos são de outro planeta? É nesse ponto que eu quero partir para discorrer sobre a psicologia do eleitor.

Os políticos, em uma democracia, são pessoas do povo, escolhidas pelo povo para governar em seu nome, sendo assim a existência da corrupção tem origem na sociedade e só é possível em duas situações:

1 – A população é permissiva e omissa não reagem contra a corrupção, acredita que não tem jeito de mudar essa realidade e desconhece o poder que tem nas “mãos” em uma democracia. A indignação com os acontecimentos é momentânea e se alguém fala sobre o assunto não reage, muitas vez encerra o assunto com afirmações como: todo mundo rouba nesse país, se a pessoa for honesta ao chegar ao poder ela é corrompida. O conformismo e a omissão é a mãe de todos os males em nossa sociedade, é da omissão que nasce o analfabeto, a injustiça social, a péssima condição da saúde pública e a educação sem qualidade.

2 – Em uma sociedade corrompida os políticos são corruptos, não existe corrupto sem o corruptor, a iniciativa privada alimenta a corrupção no país. A corrupção na política ocorre porque existem empresas que para prestar serviços públicos se sujeitam a entrar em um esquema de propina e tráfico de influência. Empresas privadas financiam campanhas políticas e ajudam a eleger políticos para defender seus interesses pessoais. No entanto, a corrupção não é alimentada apenas pelas empresas privadas, mas também pelo eleitor mais humilde ou desenformado que troca o seu voto por tijolo, pelo pagamento de conta de luz e água, por benefícios pessoas e imediatos. Muitos eleitores aproveitam as eleições para ter algum ganho pessoal abandonando o verdadeiro sentido da participação popular.

Se formos refletir sobre quais os motivos que levam uma pessoa a votar em um determinado candidato poderíamos afirmar que existem 3 motivos:

1º O eleitor acredita nos ideais do candidato e que ele pode ser um bom representante do povo. Essa opção para escolher o candidato é a menos utilizada.

2º Por afinidade e identificação, isso ocorre quando o político tem laços afetivos com seu eleitor, por exemplo: São da mesma família, são da mesma religião, trabalham na mesma empresa, fazem parte do mesmo grupo social, etc...

3º Por interesses pessoas, o eleitor vota em determinado candidato se o mesmo lhe oferecer alguma vantagem, como: promessa de emprego, dinheiro, bens, etc. Essa é a forma menos “nobre” de se escolher um candidato.

Para finalizar deixo meu apelo, o papel do cidadão na democracia não é apenas votar, mas também lutar por um país melhor. Abandonemos os nossos preconceitos e a zona de conforto que nos encontramos e vamos colocar o Brasil em um caminho sem corrupção.